Vamos lá comemorar o 25 de Abril, este ano como deve ser!
Não com discursos de palavras difíceis, nem discursos cheios de intenções e pouca convicção, nem com cravos vermelhos viçosos na lapela, nem hinos de Portugal baços e sem cor! Nem com frases dos famosos sobre…”onde estava no 25 de Abril de 1974?”Nem com entrevistas a jovens desinteressados a falar de Liberdade, com frases vazias e olhos ausentes! Sem discursos de políticos que não viveram a luta , nem a conquista do 25 de Abril! Sem praças cheias de gente ao sol a olhar para uma manifestação cheio de protocolos e rituais vazios de conteúdo…
Vamos primeiro pensar no que nos trouxe o 25 de Abril… LIBERDADE!
Esta Liberdade foi conquistada por Homens e Mulheres de fibra que rasgaram as suas vidas, morreram, sofreram torturas horríveis por um valor em que acreditaram e pelo qual sabiam que valia a pena lutar.
Homens e Mulheres que abdicaram da sua vida em favor de uma causa maior, a favor dum futuro diferente para o seu país.
Homens e Mulheres de todas as origens, do agricultor ao engenheiro, do diplomata ao carpinteiro, do estudante ao operário fabril…
Portugal é o único País no Mundo que fez uma revolução com cravos nos canos das armas como tiros que morrem calados antes de serem disparados, e PORQUÊ? SIM PORQUÊ?
Porque era uma revolução pela qual desesperava há anos uma nação inteira, sedenta de LIBERDADE, esfomeada de direitos, afogada numa paz amordaçada, vestida de casacão cinzento e calçada a preto, alegrada por fado cantado ao desafio nas noites frias e aquecida em goles de vinho na tasca da aldeia…
Nesta Revolução de Cravos, conquistámos a LIBERDADE!
Liberdade para sermos nós próprios.
Liberdade para dizer aos quatro ventos a nossa opinião, seja ela sensata ou não.
Liberdade para estarmos em grupo de mais de duas pessoas nas ruas a falar de tudo e de nada.
Liberdade para falar mal ou bem.
Liberdade de defender o que achamos justo.
Liberdades de andar nas ruas sem sombras que não sejam as provocadas pela luz.
Liberdade de escolher os amigos.
Liberdade de escolher outro país para viver.
Liberdade de rir, Liberdade de beijar, liberdade de ler, ver, ouvir, pensar sem filtros ou cortinas que nos tapem o que quer que seja…
Este ano vamos festejar a LIBERDADE a sério! COMO?
Apagando das nossas vidas as marcas do tempo em que não havia liberdade em PORTUGAL. Vamos apagar o conformismo dos nossos dias. Riscar o comodismo das nossas vidas. Cortar as raízes do medo e queima-las no fogo da paixão das ideias. Matar o esquecimento com que tentam amortecer a nossa consciência.
Só assim podemos fazer ressurgir o espírito de Abril de 1974, só assim podemos festejar a LIBERDADE!
O meu Avô sempre me disse que Deus é Amor. Era um homem que acreditava profundamente em Deus e não tinha vergonha de afirmar a sua fé. Era um homem apaixonante, todo o seu discurso e os seus gestos transmitiam paz e amor. Quando alguém o desiludia ficava triste, magoado, ferido como uma criança que cai pela primeira vez. Sofreu muito na fase final da sua vida, perdeu o Grande Amor da sua vida, a minha Avó, com a qual namorara desde criança. Primeiro ficou perdido nas lembranças da minha avó que sofreu de Alzeimer, sentiu a dor de ser esquecido pela sua amada, sentiu a sua ausência, sentiu a falta dela ainda enquanto ambos viviam...Depois ela morreu e ele jurou que jamais voltaria a escrever sobre o Amor e que só voltaria a encontrar alegria quando a voltasse a encontrar no Céu! O coração do meu Avô fechou-se, uma núvem escura gelou a seu coração... Um dia o meu Avô disse que sentiu a minha Avó ao seu lado durante mais uma noite que chorava de saudade...colocou a mão no lado vazio d
Comentários
Enviar um comentário