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CONTO DE NATAL

Há 2008 anos atrás, numa noite fria de Dezembro, caminhava há muitos meses pela Terra um homem baixinho, de vestes nobre mas de sandálias gastas de muito andar. Puxava um burrico simpático, mas velhote que cambaleava de tão cansado estar. Guiavam-se pela luz de uma estrela e não faziam ideia se estariam perto ou longe do seu destino. Por momentos o homem e o seu burro deixaram-se vencer pelo cansaço e adormeceram à sombra de uma oliveira depois de terem partilhado uma dura côdea de pão. A noite caiu e o homem acordou com vozes que se aproximavam. Eram três homens montados em animais muito altos, que ele nunca vira. Cada um falava uma língua diferente, mas pareciam entender-se na perfeição e quando se dirigiram a ele, perguntando de onde vinha e para onde ia, ele também os entendeu perfeitamente e respondeu: _ Eu venho de uma terra muito distante e que fica junto ao mar, nessa terra sou rei e senhor. Guiado por aquela estrela (apontou para o céu), vou encontrar-me com o filho de Deus, que está para nascer, porque tenho uma prenda muito importante para lhe dar e que vai ser muito importante para ele cumprir a sua missão na Terra. Os outros homens falaram um de cada vez, nas suas línguas estranhas, mas contaram todos histórias muito parecidas com a deste homem e todos entenderam que Deus os tinha enviados para receberem condignamente o seu filho na chegada à Terra e alegraram-se por isso. E assim quatro reis (Baltazar, Belchior, Gaspar e José) prosseguíram o seu caminho. Mas logo perceberam que José caminhava muito lentamente e o seu burro não resistiria a tamanha peregrinação e ofereceram a José boleia nos seus camelos, para poderem prosseguir a viagem mais comodos e mais rápido. José educadamente recusou a oferta, dizendo: _ Não posso abandonar o meu fiel e nobre amigo. Continuo o meu caminho como até aqui, se me atrasar, os amigos por favor, digam ao filho de Deus que estou a caminho... E assim foi. Os três reis continuaram o seu caminho, e ficou para trás o quarto Rei e o seu amigo. Mas José era muito distraído e frequentemente adormecia embalado pelo andar lento do seu burro. Consequentemente perdiam-se vezes sem conta, tendo de esperar pela noite para voltar a encontrar o seu rumo, no entanto, nunca desistiram porque à no início de cada noite José tirava do alforge o seu precioso presente e orava: _ Meu Bom Deus, ajuda-nos na nossa caminhada para conseguirmos levar este presente ao teu filho. Com este objecto, ele poderá chegar a todos os povos da terra, poderá falar com todos mesmo estando longe, pode chegar a povos em gerra sem arriscar a sua vida e falar-lhes ao coração, pode falar com cada governante para que ajudem os pobres e distribuam a riqueza por todos de modo mais justo. Com este presente o teu filho cumprirá a sua missão e não terá de morrer por nós, como está escrito nas escrituras antigas. Amén! Deus parecia sorrir perante a confiança de José no seu presente, mas dava-lhe força e coragem para prosseguir, mas já estava a ficar um pouco impaciente, porque José continuava a perder-se dia após dia. Jesus nasceu e os três reis magos chegaram dias depois, cansados mas felizes e adoraram o menino e falaram do seu amigo José e do seu maravilhoso presente. Maria então pediu a seu marido para permanecer mais algum tempo no estábulo e esperarem pelo quarto Rei Mago... Esperaram...Esperaram... e tiveram de fugir porque o rei Herodes queria matar o menino Jesus. Deus então ficou muito zangado com José e trovejou: _ José! José!? Onde andas tu que nunca chegas ao teu destino? José assustado quiz desculpar-se, mas Deus mandou-o calar e deu-lhe um castigo exemplar: _ José a partir de hoje, vida após vida andarás pelo Mundo sem descanso procurando o meu filho, para cumprires a tua missão e como todos os homens são meus filhos e Jesus depois desta vida tem de voltar para salvar a Humanidade, não podes parar enquando não entregares a cada homem, mulher e criança um presente como o que trazes contigo. Desde então José foi reencarnando vezes sem fim, mas nunca conseguiu cumprir a sua missão, mas desta vez é diferente, ele é novamente uma pessoa muito importante no mesmo pequeno País à beira mar, 2008 anos depois ele apregoa o seu presente a todo o povo, distribui presentes por todas as crianças, velhos e novos, ricos e pobres e fala com governantes de outros países para o distribuir a outros povos. O seu presente chama-se magalhães, não sei se já viram o Rei José por aí, se o virem aceitem o presente senão ele vai ter de voltar outra vez.

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