Quando era pequena, como sou de uma família católica, cresci entre acontecimentos religiosos, na minha aldeia. Os dias arrastavam-se numa doce calmaria, alheada do resto dos problemas do país e do mundo. Aldeia de agricultores, habituaram-se a regular as suas vidas ao sabor dos condições meteorológicas, e, nesse tempo as previsões que eram anunciadas no final do noticiário da noite, era mais falível que a sabedoria adquirida ao longo dos anos e que se adivinhava nos ossos, pela interpretação do céu, da direcção dos ventos, das fases da lua e dos ditos populares repetidos dos os anos no Borda de Água. Só as festas e romarias conseguiam acordar o povo desta letargia. As mulheres recolhiam as flores mais vistosas dos seus jardins e enfeitavam os altares dos diferentes santos que viviam na igreja fria e bolorenta. O altar-mor era o que exigia maior dedicação e empenho e havia uma luta mais ou menos pacífica, para quem teria essa honra maior! As ementas das casas mais ricas eram e
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